Ovelha negra? Quem, eu? Sim, Sim. Prazer!
Foi das frases que mais ouvi ao longo da vida. Nunca fui muito “normal” no sentido de estar, escolher ou gostar do que era esperado. Ainda hoje é comum estranharem coisas que escolho ou digo que gosto. Sou imprevisível, e sinceramente, já aceitei isso.
Mas porque é que estou a falar disto?
Crescemos numa sociedade que nos ensina que, para sermos bons em algo, temos de nos dedicar intensamente a essa coisa. E não acho que isso seja mentira — simplesmente acho limitador. Funciona para algumas pessoas, mas não para todas.
Precisamos de liberdade para ser e fazer o que realmente queremos. E esse foi um dos grandes motivos que me puseram doente: tentar encaixar-me em gavetas que não eram feitas para mim.
A Bauy tem sido a minha maior escola sobre libertar me de gavetas.
Ouvimos muito “quando chegares à minha idade vais ver”. Acreditem: é verdade. Chega uma altura em que começa a crescer dentro de nós um grande QUE SE FODA. Uns abafam-no, outros agarram-se a ele. Eu estou a aprender a agarrar-me a ele. 😁
E o que é que isto tem a ver com a Bauy? Tudo.
Comecei por criar a imagem da minha mulher ideal. Depois perdi-me a tentar agradar massas, seguir modas, procurar tendências, procurar seguir o que as bloggers mais usavam…
E digo-vos: que canseira. Não há paciência. Para mim, já chega.
Agora sinto que a Bauy está verdadeiramente a nascer. Até aqui estive a treinar, a aprender, a errar, a tentar outra vez — e isso vai continuar, claro. Mas hoje a marca está finalmente a transformar-se naquilo que realmente me move.
Ganhei coragem para deixar de procurar “o estilo certo”, “o que vende mais” ou “o que toda a gente quer”. Hoje quero só trazer as minhas paixões:
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pintar quadros e trabalhos em papel
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artes plásticas e peças em papel machê
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idealizar roupa com restos
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ilustração digital para estampados e padrões
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packaging e design manual
Tudo isto, sempre com restos. Não venho de família rica — embora não me importasse nada que acontecesse, mas não aconteceu 😁 — e cresci a ver a minha mãe trabalhar como técnica de corte na Hugo Boss e metade da vida como peixeira de rua. Sempre fomos só nós as duas, e aprendi a brincar com aquilo que existia. Por isso, transformar restos sempre foi natural para mim.
É isso que vão começar a ver por aqui: arte, edição limitada, upcycled clothing. Vasos feitos de garrafas de vinho, candeeiros feitos de caixas de gelado… peças com alma e história.

Guardo tudo para fazer as minhas invenções.
Hoje, talvez esteja a alongar-me, mas quis apresentar-vos o meu trabalho com vasos para perceberem o que estão a comprar: estão a apoiar economia circular, comprar algo verdadeiramente único e fortalecer um negócio local — em vez de alimentar marcas gigantes que continuam a destruir o planeta.
Estou ainda em recuperação, por isso não posso fazer coleções inteiras. Mas consigo criar peças individuais, e estou a preparar algo super upcycled para dezembro, além de muitas peças novas de decoração. E desculpem, mas é uma prenda muito mais fixe do que ir outra vez à Zara, mais um ano à H&M, mais um ano ao IKEA. Sem julgamentos — só incentivo a explorarem outras gavetas, aquelas onde realmente sentem que pertencem.
Vou tentar escrever com mais frequência. Prometo. Recebi mensagens incríveis sobre o primeiro blog post — pelo menos é um scroll diferente. 🥰
Com Amor,
Diana
