Sabem a mítica frase de what happens in Vegas, stays in Vegas? Pois, sinto que Berlim é o Vegas da Europa 😂

Viajávamos no dia 15 de novembro e chegamos ao destino pelas 19h30, seguindo caminho de comboio até perto do local onde iríamos ficar, o bilhete da viagem do aeroporto até ao centro da cidade tem de ser o “ABC” e custa cerca de 4€, fazendo a viagem em cerca de 30 minutos.

Ficamos no Art Luise Arthotel que era bastante central, sendo que ficava a 10 minutos a pé do Bransburg Gate e de outros meios de transporte como o tram ou o metro. Cada quarto do hotel terá sido desenhado por um artista convidado para renovar o este palácio.

Famintos da viagem de 3h20, corremos para uma cadeia de restaurantes de hambúrgueres que nunca tínhamos visto, a Burgermeister, e deixem-me que vos diga, ficamos bastante impressionados com a qualidade da comida.

 Burguer

No dia seguinte tínhamos a nossa Free Walking Tour marcada para as 10h00 então acordamos bastante cedo e tentamos o melhor que sabíamos lidar com a temperatura de 1º (literal) que se fazia sentir. Pegamos no pequeno-almoço numa padaria com ótimo aspeto e seguimos caminho para a Rotes Rathaus, a Câmara Municipal onde nos iríamos encontrar com o nosso guia.
Optamos pela tour da Walkative por ter imensas avaliações positivas e acabamos por ficar bastante contentes com a nossa escolha.

A tour era, obviamente, focada na ditadura de Hitler e todas as consequências negativas que este trouxe para a cidade e para as minorias. Se tivesse de escolher os dois momentos mais marcantes da tour seriam definitivamente a visita ao Memorial aos Judeus Mortos da Europa e uma espécie de calçada dourada que existe à porta de vários edifícios na cidade que dizem nomes de pessoas que foram mortas durante a perseguição. Esta calçada é um ponto que pode passar despercebido, mas, intencionalmente, é mais saliente precisamente para as pessoas “tropeçaram”, como um reminder constante daquilo que se passou ali e para que nunca se repita.

A tour terminava na Pariser Platz, um ícone da cidade pelo grande portão e uma referência à cultura pop por ser em frente ao hotel onde o Michael Jackson segurou o seu bebé – sabemos todos de que vídeo estou a falar certo? 👀

 

Como tínhamos alguma fome, a tour acabou por volta das 12h45, acabamos a almoçar mesmo na Pariser Platz num restaurante italiano chamado Mama Trattoria Berlin Mitte e foi delicioso e ficou a cerca de 20€ cada um já com cervejas alemãs.

  

Fomos comprar um passe diário para andar em todos os transportes, que custou cerca de 10€, e seguimos para a Berlin Dungeon. Para os que não sabem, a Berlin Dungeon é uma espécie de teatro de terror. A experiência foi absolutamente incrível com atores mesmo muito talentosos e dura cerca de 1h. Os bilhetes não são muito baratos – 23€ cada um – mas valeram totalmente a pena.

Seguimos para o Dark Matter, um dos locais mais longe do centro da cidade que estivemos para assistir a uma exposição de luzes bastante experimental onde a visão, a audição e o tato em postos à prova com peças geniais e extremamente bonitas.

O local tinha um bar entre as diferentes exposições onde ficamos a beber uma cerveja do próprio espaço antes de seguirmos para ver as restantes peças.
Os bilhetes custaram 14€ porque fingimos que ainda eramos estudantes e também valeram super a pena porque podem ficar na exposição imenso tempo apenas a relaxar ou a falar no pátio entre exposições.

 Cerveja

 

Terminamos o dia a jantar num local aconselhado pelo nosso guia da manhã, o K’Ups Gemusekebap e, para vos ser sincero, apesar da fama do local entre a população mais alternativa e artística, já comi kebabs bem melhores em Portugal. Caso queiram experimentar, levante dinheiro porque não aceitam cartão.

 

No segundo dia optamos por começar no Raw-Gelande, uma espécie de centro cultural com discotecas, galerias de arte, lojas de tatuagens e muita arte de rua. Digo-vos que se não estivesse em Berlim, nunca entraria neste local apenas porque tem um aspeto mesmo abandonado e, se fosse em Portugal, provavelmente seria assaltado ao entrar 😂

Ainda assim, o local era incrível assim que se habituassem e entrassem na onda. Fomos à famosa Teledisko, uma cabine telefónica por fora, uma rave-booth no interior. Foi bastante divertido começar o dia daquela forma e, com uma música à vossa escolha, custa cerca de 2€ ou 4€ se quiserem fotografia, mas aviso-vos que não compensa.

 

 

Dali fomos para a famosa East Side Gallery e percorremos tudo a pé para aprecisar cada obra individualmente. É o maior pedaço contínuo do muro de Berlim e, logo após a sua queda, 118 artistas de 21 países juntaram-se para a tornar numa galeria ao ar livre.

 

 

Decidimos almoçar no Markthalle Neun, um pequeno mercado com várias opções de comida e bebida, um pouco como o Mercado do Bolhão, mas com um ar mais antigo e acolhedor. Optamos por pizza e cervejas artesanais.

 

Como despedida, fomos provar as famosas salsichas à Das Lemke, uma cervejaria no centro da cidade. Pessoalmente eu não adorei, mas não sou fã de salsicha nem de caril assim tanto. Já a cerveja do local era absolutamente fantástica, apesar de não ser propriamente barata.

 

 

Berlim tornava-se assim a minha segunda cidade europeia na lista de cidades nas quais quero um dia viver.

 

Era hora de fazer as malas e regressar para o Porto 🖤

 

Texto Francisco Barros

19 de janeiro de 2024 — Diana Nobre